Reflexão sobre Romanos 12:3 – O Equilíbrio da Autoestima na Fé
Em Romanos 12:3, lemos: "Pois, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não se estime mais do que convém se estimar; em vez disso, cada um estime a si mesmo com bom senso, conforme a medida de fé que Deus repartiu a cada um." Esta passagem, escrita pelo apóstolo Paulo, nos convida a refletir profundamente sobre a maneira como nos vemos diante de Deus e da comunidade.
Leituras Comuns e Mal-Entendidos
Muitas vezes, esta passagem é interpretada de forma simplista, como um convite à humildade extrema que pode levar à autodepreciação. Alguns entendem que Paulo está dizendo para nos diminuirmos, quase negando o valor que Deus nos deu. Outros, por outro lado, podem ignorar a advertência e cultivar uma autoestima inflada, desconectada da fé genuína. Essas interpretações distorcidas afastam o equilíbrio que o texto propõe.
- Confundir humildade com baixa autoestima.
- Achar que a fé é medida por desempenho pessoal.
- Ignorar a graça como fundamento da visão correta de si mesmo.
- Superestimar-se sem reconhecer os dons dados por Deus.
- Desvalorizar os outros ao se valorizar excessivamente.
Uma Leitura Fiel e Profunda
Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos lembra que a graça é o ponto de partida para qualquer avaliação de nós mesmos. Não somos chamados a uma falsa modéstia, mas a um autoexame sincero e equilibrado, guiado pela fé que Deus concedeu a cada um. Esta fé não é apenas crença intelectual, mas uma confiança prática que orienta nosso relacionamento com Deus e com os outros.
O apóstolo enfatiza a importância de "bom senso" – uma sabedoria espiritual que evita tanto o orgulho quanto a autodepreciação. Estimar-se com bom senso implica reconhecer nossos dons, limitações e o papel que desempenhamos no corpo de Cristo, sem ultrapassar o lugar que nos foi dado.
"A verdadeira humildade não é pensar menos de si mesmo, mas pensar menos em si mesmo." – C.S. Lewis
Portanto, a mensagem de Romanos 12:3 nos chama a uma autoavaliação fiel, que não se baseia em critérios humanos ou comparações, mas na medida de fé que nos foi concedida. É uma chamada para viver em equilíbrio, reconhecendo que somos parte de um corpo maior, onde cada membro tem valor e função.
Quando aplicamos essa verdade, evitamos os perigos do orgulho e da insegurança, experimentando a liberdade que vem de aceitar a graça de Deus em nossa identidade. Assim, crescemos em maturidade espiritual e contribuímos para a edificação da igreja.
Que esta palavra nos inspire a cultivar uma autoestima saudável, fundamentada na graça e guiada pela fé, para que possamos servir com alegria e humildade no Reino de Deus.